sábado, 30 de janeiro de 2010

E agora, José ?

Fazia tempo que você não vinha até aqui, Incerteza. Fazia tempo que eu não pensava tanto em você, Futuro. Ô duplinha chata vocês.
Vai dar, não ? Não vai dar, vai ? É muito grande, filho ? Como faço pra fazer ? Como faço pra dar certo ? Faço agora, era pra ontem ou vou deixar a duplinha chata me tomar ?

E agora, José ?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Demorou já.

Pára, sai daqui, eu já cansei de você. Você não sabe mais o que fazer, você já não sabe mais quem atormentar e me confundi, me deixa pensativo, agitado, enrraivecido, vencido. Você não me deixa mais tranquilo, eu quero fazer as coisas, mas porra, tem sempre uma barreira. Por que você não vai embora? Tava tudo tão bom, tava tudo tão lindo, mas sempre tem que chegar alguém pra causar.
Você não merece esse texto nem mesmo os outros que não foram por causa de você que escrevi.
Você que se considera intocável, é falada em somente um país no mundo inteiro, se acha especial ? Ha, coitada.
Vai lá pra fora vai, eu não quero você aqui dentro, chega, já deu, enough.
Se você fosse gente, eu te esganaria, te mandava para aquele lugar bem oriundo, porque você só sabe atrapalhar. Chega, Saudade, vai embora, filha da puta.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Ela! Ele ?

Ela não é baiana, mas têm, é coisa mais linda mais cheia de graça.
Ele não sabe o que quer, não sabe se é, tenta se impor, mas fracassa.
Ela curte Frida Kahlo e ele nem pronuncia o nome dessa artista.
Ela ouve Chico, Jobim, vê filmes do Almodovar e desfila na Paulista.

Ela quer a Bolsa de Valores, os Indicadores, a Nasdaq.
Ele quer ver a novidade do seu time no ataque.
Ela dança, não rebola, não enrola, só disfarça.
Ele cai, desajeitado, machucado, ô desgraça.

Ele se pergunta se é muito merecer, porque ele tá no pop rock e ela lá na MPB.
Ela se pergunta aonde ela deve estar e ele se entromete, diz "do meu lado é seu lugar".

Ela tem estilo, passo firme e faz passarela em qualquer ladeira.
Ele é magro, alto, bobo e se acha usando uma pulseira.
A roupa dela é da Márcia Mello, da Zara, tem classe, tem linha.
E ele lá com seu adidas velho, sujo, com a roupa da feirinha.

Ela faz samba ao abrir o riso e ele pena no violão.
Ela para o trânsito na avenida e ele assiste ela do calçadão.
Ela persuade, convence e ele tenta pragar propina.
Ela quer Espanha, Barcelona e ele feliz no bar da esquina.

Enquanto ela estuda, ele joga futebol.
Enquanto ele acende a vela, ela lhe traz o sol.
Ela cai se levantando e ele desaba, diz que tá doendo.
Ela tá na sala do presidente, e ele na sala, no nintendo.

Ela quer completar três meses, ele quer subir no altar.
E o tempo vai passando, o que será que isso vai dar ?
Quem olha os dois de fora, diz "é bunitinho os dois andando!".
Quem sabe, com o passar do tempo, eles não vão se completando.

(: